O presidente da Colômbia, Gustavo Petro, afirmou neste domingo (20/10) que o Tratado de Livre-Comércio (TLC) com os Estados Unidos está “suspenso de fato”, após Washington impor tarifas de 10% sobre produtos colombianos. Segundo ele, a decisão representa o fim das “antigas preferências tarifárias” que mantinham o país “sob controle dos EUA”.
“O TLC está suspenso de fato e por decisão unilateral do governo dos EUA. Ao impor tarifas de 10%, o tratado já foi violado. As antigas preferências tarifárias foram anuladas pelos EUA, não por nós — e isso nos deixa livres. Não tenhamos medo de ser livres”, declarou Petro em publicação na rede X (antigo Twitter).
O líder colombiano acrescentou que “Trump não controla a Colômbia” e prometeu dar uma resposta “inteligente” à nova escalada diplomática com Washington.
“O único controle real sobre uma democracia não é exercido por estrangeiros que odeiam migrantes e latino-americanos; é exercido pelo próprio povo”, disse.
Escalada de tensão entre Bogotá e Washington
- As declarações ocorrem após Donald Trump acusar Petro de ser “um chefão do tráfico” e anunciar a suspensão da ajuda financeira à Colômbia.
- “O presidente colombiano Gustavo Petro é um chefão do tráfico que alimenta a produção massiva de drogas em toda a Colômbia. Tornou-se o maior negócio do país, e Petro não faz nada para impedi-lo”, escreveu Trump na rede Truth Social.
- Em resposta, Petro chamou o republicano de “rude e ignorante com a Colômbia” e sugeriu que ele leia Cem Anos de Solidão, de Gabriel García Márquez, para “aprender algo sobre a sociedade”.
- “Tentar promover a paz na Colômbia não é ser narcotraficante”, rebateu o presidente colombiano, que acusa Washington de adotar uma postura “neocolonial” e de violar a soberania nacional.
Colômbia convoca embaixador e prepara resposta diplomática
Após as trocas de ofensas, o governo colombiano convocou seu embaixador em Washington, Daniel García Peña, para consultas em Bogotá. Petro informou que discutirá medidas de retaliação e revisão das cláusulas remanescentes do TLC com ministros e assessores do governo.
“O Ministério do Comércio tem os decretos prontos, com uma posição em defesa do trabalho nacional e da vida da humanidade”, disse.
Petro anunciou que apresentará a resposta oficial da Colômbia em reunião televisionada do gabinete, com participação dos ministros das Relações Exteriores, Defesa, Agricultura e Comércio, além do vice-presidente e do embaixador.


















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