A CPMI do INSS toma os depoimentos, na manhã desta terça-feira (28/10), do empresário Domingos Sávio de Castro, sócio do “Careca do INSS“, e do piloto Henrique Traugott Binder Galvão. A sessão começou às 9h30.
A sessão começou com o depoimento do piloto Henrique Traugott Binder Galvão, que fez viagens com aviões ligados à Confederação Nacional dos Agricultores Familiares e Empreendedores Familiares Rurais (Conafer), uma das principais entidades investigadas.
Como mostrou o Metrópoles, Silas da Costa Vaz, vinculado à sindical, é dono dos aviões usados. No requerimento de convocação, o relator Alfredo Gaspar (União Brasil-AL), disse que o depoente, “por ter conhecimento de quem utilizava as aeronaves como passageiro, o coloca em posição privilegiada de oferecer informações relevantes sobre possíveis conexões com práticas fraudulentas que afetaram milhões de aposentados e pensionistas”.
Por saber quem viajou nas aeronaves, o piloto pode “oferecer informações relevantes sobre possíveis conexões com práticas fraudulentas que afetaram milhões de aposentados e pensionistas”, escreveuo relator Alfredo Gaspar no requerimento para a oitiva.
Farra no INSS
O escândalo do INSS foi revelado pelo Metrópoles em uma série de reportagens publicadas a partir de dezembro de 2023.
Três meses depois, o portal mostrou que a arrecadação das entidades com descontos de mensalidade de aposentados havia disparado, chegando a R$ 2 bilhões em um ano, enquanto as associações respondiam a milhares de processos por fraude nas filiações de segurados.
As reportagens do Metrópoles levaram à abertura de inquérito pela Polícia Federal (PF) e abasteceram as apurações da Controladoria-Geral da União (CGU).
Ao todo, 38 matérias do portal foram listadas pela PF na representação que deu origem à Operação Sem Desconto, deflagrada no dia 23 de abril deste ano e que culminou nas demissões do presidente do INSS e do então ministro da Previdência, Carlos Lupi.
Outro depoente
Domingos Savio de Castro e Antonio Carlos Camilo Antunes, o “Careca do INSS”, estão no quadro societário da Truetrust, um call center usado no esquema de descontos associativos ilegais. As investigações da Polícia Federal indicam que a empresa atendia reclamações de aposentados relatando que nunca autorizaram descontos na folha de pagamento. Segundo mostrou o Metrópoles, funcionários eram orientados a darem prazo para devolução dos descontos ou para seguirem por um link enviado pelo WhatsApp.
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