Mesmo com o nome incluído há quase uma semana na lista vermelha da Interpol, a deputada Carla Zambelli ainda não apareceu oficialmente no site da organização como procurada internacionalmente. Dentro da plataforma estão 6.566 nomes, sendo 71 de brasileiros, entre eles seis mulheres. A parlamentar seria a sétima, porém ainda não teve o nome colocado.
A CBN questionou a Interpol pelos motivos disso ter ocorrido. Essa entidade detalha, então, que as difusões vermelhas podem ser públicas ou restritas. Para estarem disponíveis precisam de uma ‘aprovação do país que pediu a inclusão’.
‘Se ou quando a polícia de qualquer um dos 196 países membros da Interpol compartilhar informações com a Secretaria-Geral em Lyon em relação a investigações e indivíduos, incluindo solicitações de Alerta Vermelho, essas informações permanecerão sob a propriedade daquele país membro’, diz o texto.
A CBN entrou em contato com o escritório brasileiro da organização para saber os motivos da não inclusão na lista pública. Esse escritório está subordinado à Polícia Federal.
Em nota, a PF disse que as listas podem ser públicas ou restritas e que não comentaria publicamente sobre nenhum nome na Difusão Vermelha.
Entenda mais sobre a decisão contra Zambelli
A Interpol incluiu na última quinta-feira (5) o nome da deputada federal Carla Zambelli (PL-SP) na lista de difusão vermelha, atendendo a um pedido da Polícia Federal. A difusão é o alerta internacional para fins de localização e prisão de foragidos da justiça. Com a inclusão, Zambelli pode ser presa em outros países. Há um mandado de prisão preventiva contra a deputada expedido pelo Ministro Alexandre de Moraes do STF.
Zambelli foi condenada a 10 anos de prisão por invadir os sistemas do Conselho Nacional de Justiça (CNJ) e pela inserção de documentos falsos, incluindo um mandado de prisão falso contra o próprio ministro Moraes.
Zambelli fugiu do Brasil por via terrestre até a Argentina, depois pegou um avião para os Estados Unidos, e está na Itáliaa. Zambelli disse que tinha o país como destino final por ter cidadania italiana.
Mesmo que seja presa na Itália, para voltar ao Brasil será necessário um pedido de extradição por parte do governo brasileiro, como explica o professor de relações internacionais Vladimir Feijó
‘Sem o processo de extradição não existe o retorno forçado. Sem o respeito ao devido processo internacional não existe cooperação internacional legítima. O que pode acontecer é o país não deixar a pessoa entrar e, portanto, devolver de onde ela esteve. Isso independente da inclusão ali dentro do alerta de difusão vermelha. Essa prisão será apenas o processo inicial. O país que detiver a pessoa, no caso a Carla Zambelli, ainda vai informar ao Brasil que aí inicia o processo formal de extradição’.
O presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), disse que decidirá até o fim desta quinta-feira (5) sobre a decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) de decretar prisão preventiva contra a deputada Carla Zambelli (PL-SP).
Para que a prisão seja confirmada no parlamento, são necessários pelo menos 257 votos. Se Zambelli não tiver a prisão confirmada pela Câmara, pode gerar nova crise com o STF.
Uma opção, avaliada pela bancada governista, seria a Câmara determinar a perda do mandato da deputada, por um despacho da mesa diretora, sem passar pelo plenário.
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