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RICARDO NOBLAT

Eduardo e agora Zambelli abrem caminho para a fuga de Bolsonaro

Foto: VINÍCIUS SCHMIDT / METRÓPOLES

Ora, dirá o ministro Alexandre de Moraes: o Supremo Tribunal Federal apreendeu e depois devolveu o passaporte de Carla Zambelli porque ela é deputada federal no exercício do cargo. E ao contrário de Bolsonaro, que está sem passaporte, ela não foi denunciada por tentativa de golpe e abolição da democracia.

 

De fato, não foi. Zambelli foi condenada a 10 anos de prisão por ter contratado um hacker para violar o sistema de informática do Conselho Nacional de Justiça, introduzindo ali um falso documento. Isso se deu quando Bolsonaro ainda era presidente. Então Zambelli poderia viajar para o exterior, e foi o que ela fez.

 

Voou ou atravessou de carro a fronteira para a Argentina, e de lá voou para os Estados Unidos, onde até ontem parecia estar. Sentindo-se em local seguro, reconheceu que fugira e anunciou que seu destino seria a Itália por dispor de cidadania italiana. Uma vez lá, se dedicará à missão de pregar contra a ditadura brasileira.

 

Sim, Zambelli se diz convencida de que temos uma ditadura por aqui desde que Lula se elegeu presidente e abriu as portas ao comunismo. E que não temos Justiça, nem liberdade de expressão, nem tudo mais o que caracteriza uma democracia. Logo Zambelli, que em um vídeo de 2022 insuflou os militares a darem um golpe.

 

Eduardo Bolsonaro nos Estados Unidos a pressionar o governo de Donald Trump para que puna Moraes e crie dificuldades para que Lula governe; Zambelli na Europa com a enlouquecida pretensão de engrossar o coro da direita europeia que vê Bolsonaro como um aliado e o Brasil como um país vermelho, e não verde e amarelo.

 

É muita pretensão de Zambelli. No caso de Eduardo também é, embora ele transite com facilidade no terceiro escalão do movimento da extrema-direita que ajudou Trump a se reeleger. No mais, Eduardo espera a benção do pai para no próximo ano candidatar-se à sucessão de Lula ou a uma vaga de senador.

 

É mais fácil Eduardo dar seguimento à sua carreira política do que Zambelli a dela. Quem é Zambelli? Uma oportunista que surfou na onda bolsonarista e se elegeu deputada federal. Bolsonaro sempre a tratou com desprezo. E atribui a ela sua derrota, de vez que Zambelli deu uma de pistoleira no centro da capital paulista.

 

O bolsonarismo não chorará por Zambelli. Mas o Supremo deve ficar atento para eventuais e possíveis novas fugas de bolsonaristas em débito com a Justiça. No passado, Bolsonaro ficou rouco de tanto proclamar que jamais seria preso porque não sobreviveria a uma prisão. A fuga de Bolsonaro é uma pedra cantada.

 

Não surpreenderá ninguém a não ser ao Supremo, se ocorrer.

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